Olá!
Hoje quero contar um pouco sobre esta cidade tão estranha e adorável em que nasci, uma das maiores capitais do mundo: São Paulo.
O cenário atual é totalmente cinza. Está bem frio, muita garoa e alguma chuva, o céu esbranquiçado, estimulando o uso de um bom agasalho para enfrentar as ruas movimentadas por mais de 13 milhões de habitantes. As luzes ficam constantemente acesas, carros para todo lado, pessoas apressadas que esbarram em você sem ao menos pedir desculpas.
Sair de casa e voltar inteiro sem ser roubado, atropelado ou vivenciar algum tipo de experiência é algo muito raro. Mesmo assim gosto demais dessa agitação toda, desse vai e vém que não para.
Apesar de conhecer o nível de praticidade que há num país desenvolvido, confesso que alguns fatores em São Paulo podem ser considerados bem evoluídos e tornam a vida mais prática do que em cidades menores, mesmo outras capitais por onde já passei.
Aqui tem diversos centros comerciais espalhados por toda parte, estabelecimentos que funcionam até bem tarde ou mesmo por 24 horas. O atendimento de saúde é precário, se o caso for grave, mas considero bastante eficaz, baseada nas poucas vezes em que precisei, embora fosse apenas para uma gripe ou dor na região lombar. Não me lembro de outras vezes em que precisei de atendimento médico, nunca fui internada ou passei mais de 2 horas em atendimento para nada, graças a Deus.
Por outro lado, tive uma prima diagnosticada num posto de saúde com anemia enquanto havia um câncer se desenvolvendo dentro dela. Coisas que acontecem em São Paulo.
Fatores como violência, desrespeito de formas variadas, desfavorecimento econômico para a maioria da população, desinteresse educacional, são problemas que afetam o país como um todo, apenas se acentuam aqui por viver uma grande parte da população brasileira.
Então o que me faz amar São Paulo?
Um dos fatores que me deixam saudade quando me ausento é o cultural. Tem todo tipo de museu, exposição, feira, cinema a preços populares, peças de teatro e apresentações públicas, intervenções artísticas de todas as formas, interessantes ou não.
Tem cursos até de graça que sempre fiz com muito prazer. Estou sempre em busca de novidades para reclicar meus conhecimentos e acompanhar o ritmo intenso da cidade, mas longe dela esses três anos, sinto que meu prejuízo nessa área foi imenso.
Se ganhei bastante experiência em outras situações, penso que só mesmo voltando a viver aqui para me recompor e compensar a falta que me fez estar distante e não aproveitar tudo o que ela pode me oferecer.
Nesse ponto da minha reflexão noto que a vida cristã é assim também. Por vezes nos ausentamos de alguma experiência espiritual que nos faria crescer, evoluir na fé, e em lugar disso ficamos parados, inertes diante de uma vida que precisa evoluir, pede por crescimento a todo instante.
Quando despertamos dessa inércia espiritual queremos fazer coisas para compensar, mas seria o certo? Há compensações no Reino do Espírito para uma situação dessas?
Não é pelo que você faz que se mede a sua espiritualidade, e sim por sua evolução na fé. O quenato você sabe sobre si mesmo em Deus determina quem você é no Reino.
Mesmo sabendo disso, uma coisa pedi a Deus: que eu não passasse a minha vida sem fazer algo de valor, significativo e talvez até mesmo importante como cristã. Pedi a Deus a oportunidade de estar na África, de falar do seu amor às crianças que poderiam ter um futuro melhor simplesmemte porque um grupo de missionáris brasileiros passou por lá e eu estava entre eles.
Deus me concedeu esse presente tão lindo, foi uma das coisas mais incríveis que vivenviei na minha vida toda.
E agora, José?
O que mais vamos desejar e fazer para Deus? África já é passado, a não ser que eu queria ir de novo e recomece a planejar, dessa vez com antecedência para não ter que depender de favores de outras pessoas. Essa parte eu ainda não assimilei como deveria, talvez. Ainda prefiro trabalhar e financiar a próxima eu mesma, do meu jeito.
A vida é assim mesmo, feita de planos, obstáculos, superações, algumas frustrações, mas sempre algo vivo, em movimento que não te deixe se acomodar. Ao menos a minha vida sempre foi assim, por isso estranho esses momentos em que me falta trabalho e fico procurando feito uma doida, às vezes até meio perdida entre tantos rumos não percorridos.
Espero que eu esteja certa e que meu destino seja mais produtivo do que o meu presente, embora em termos de realizações, ir a África me deu um up violento perto de outros que vão passar a vida apenas admirando a coragem de quem foi. Eu fui! Me orgulho disso e não quero que seja a única coisa grande ou que tenha me impressionado tanto, que venham outros projetos ousados que eu possa amar e abraçar pra valer.
Que seja de inspiração para outros, como foram para mim.
Deus abençoe este final de semana cinzento com toda essa garoa pela minha amada São Paulo. Saudades de viver aqui!!!

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