terça-feira, 8 de maio de 2018

Happyness and Sadness


Quando alegria e dor se encontram num mesmo final de semana

Olá.

Antes de mais nada preciso me apresentar minha justificativa para esses últimos três dias de ausência. Desde já peço perdão pela minha falta e espero recuperar tal atraso. 

De fato foram muitos acontecimentos que chegaram a me abalar desde a madrugada de sábado. Fiquei sem comer, sem dormir, algo puramente emocional que logo depois foi suprimido pelo que viria adiante, algo muito maior e mais forte. 

No dia de sábado procurei estudar as músicas da apresentação do coral, que por sinal até agora não saem da minha cabeça, ficou maravilhosa nossa participação no culto de ceia no domingo. 

Também houve uma preocupação extra com a cesta das primícias, um projeto que veio do coração de Deus para arrecadarmos diversos produtos alimentícios e entregarmos ao nosso pastor Ronaldo Luiz e família. Esse ato nos gera bênçãos sem medida e prosperidade, marca uma nova era na família pastoral e na igreja. Que bom fazer parte disso!

Mas o que realmente veio apra abalar minhas estruturas foi acompanhar uma noite de vigília na casa da filha do pastor Luiz, ela teve trigêmeas por tratamento médico, estão agora com 1 ano e 7 meses. Depois veio uma gravidez espontânea, mais uma menina vem aí.

As três pegaram uma forte gripe, duas foram para o hospital, uma delas voltou para casa, a outra não. Foi constatada pneumonia, depois a presença de uma bactéria fortíssima que aos poucos foi danificando o seu pulmão, dia a dia. 

Naquela noite de sábado a mãe das trigêmeas, que se chama Miclelli, pediu à pastora Raquel que fosse até a casa dela fazer companhia. Assim que eu soube, me voluntariei para acompanhá-la, assim passamos a noite zelando pelo sono das bebês, da mamãe grávida e da vovó Mônica. 

Ficamos em oração por horas, o tempo todo vigiando a câmera do quarto das bebês, antes incentivamos para que elas se alimentassem, tomassem um banho para relaxar, e por fim deitassem para o devido descanso. 

Na verdade, era bem provável que teriam que passar o dia seguinte no hospital, e seria um longo dia, ou talvez chegasse a pior notícia naquela madrugada, então as forças precisariam mesmo ser renovadas. 

Para isso estávamos ali, além das horas de intercessão a Deus pela família e pela Giovana, a trigêmea que estava internada. As outras, Elisa e Amanda, estavam ainda tomando medicação e sentindo a falta da irmãzinha que estava ausente. Pude constatar isso na manhã de domingo, quando passei algum tempo com elas.  

Então a noite foi avançando hora após hora, e nenhuma boa notícia de melhora. Ao contrário, o nível de saturação dela estava em queda, apesar de ser aos poucos. Este nível combina a batida do coração com a respiração, se uma cai, a outra também cai e leva a uma parada cardíaca, por exemplo. Se chegar a 40, 30, é provével que virá o óbito. 

Quando passou um pouco das 5 horas da manhã, o pai avisou à pastora Raquel que estaria chegando em casa e gostaria de falar com ela sem a presença de outras pessoas. Esperamos a pior notícia, porém a bebê estava com vida, e ao meu entendimento, se ainda há vida, há esperança de um milagre. 

Apesar de crermos no milagre, o coração estava se preparando para qualquer acontecimento, do milagre à morte. Aquele pai queria levar a mãe para o hospital, como numa despedida ainda em vida. A situação era extremamente delicada por causa da gravidez atual. Ficamos apreensivos por demais. 

Enfim as mulheres da casa acordaram, pouco depois das sete horas da manhã. Foi um grande corre-corre para enfim saírem rumo ao hospital. A mãe pediu a presença da pastora Raquel, fiquei na casa aguardando que as gêmeas acordassem. Também havia chegado a avó paterna, depois a babá e a secretária da casa, além da Manuela, irmã da Michelli. Formamos um time para amparar e distrair as gêmeas, pude ter uma noção do trabalho que é cuidar de mais de uma ao mesmo tempo, imagine de três e quase quatro. Um imenso desafio que mesmo vindo de Deus para um casal dar conta. 

Estava tudo sob controle. Os que foram no hospital a encontraram em vida, como esperado. A mãe pode chorar na beira do leito, acariciar sua filhinha, e fazer a oração mais indesejável para qualquer mãe: a oração de entrega. 

Ela disse a Deus que aceitava sua vontade, entendia que era soberana e que embora não compreendesse seus planos, ela podia acreditar que era o melhor naquele contexto. 

Deus tem os seus designos. Nem sempre vamos ter uma oração atendida plenamente como desejamos, mas é preciso aceitar sua boa, perfeita e agradável vontade como um ato de soberania sobre todas as coisas. 

Com Deus não se discute, não se questiona, apenas se obedece. Aqueles pais tiveram uma serenidade incrível para suportar auqela perda, a Giovana foi chamada aos braços de Jesus na madrugada de ontem, segunda-feira. 

Passamos a manhã no velório e acompanhamos o sepultamento, que foi rápido, mas intenso o bastante para nos tirar o chão dos pés. Que dor imensa cada um de nós sentiu!

Ainda assim, a palavra dos pastores foi maravilhosa, um bálsamo para os corações dos pais, avós, familiares, amigos, todos os presentes. O próprio pastor Jorge Linhares compareceu, embora tenha saído cedo. Foi um carinho para o coração dos familiares. 

A família do pastor Ronaldo Luiz deu muita atenção em cada um desses 12 dias de internação, especialmente nas últimas horas de vida da Giovana, incluindo eu que fiz o que pude, dei o meu melhor em dedicar algumas horas de intercessão, inclusive de joelhos pela Giovana e pela família. Com certeza não foi o bastante, mas pude levar um pouco do carinho da nossa igreja, Missão Castelo e representar o corpo de Cristo unido com eles em oração. 

Um outro particular em toda essa história do fonal de semana, é que Ronaldo e Raquel também tiveram um bebê que veio a óbito, sete anos atrás. Eu não estava presente, nada acompanhei nem da gravidez e nem do luto. Aquilo me incomodou demais desde outubro, quando vim a conhecer os fatos a fundo. Eu, tão família, onde destava? Com o que me ocupei tanto que nem um telefonema me lembro de ter dado? 

Então a vida me dá a oportunidade de me colocar à inteira disposição de uma outra família, muito amiga e amada por eles, que eu tão pouco conhecia, ou quase nada, mas que de repente também amei, me envolvi num sentimento de grandeza pelo que vi Deus operar ali no meio deles, fiquei maravilhada com toda essa experiência que para mim foi uma libertação, me senti rendida diante de tudo aquilo. 

Foi mais uma daquelas situações que Deus tem trazido do meu passado para o presente, algumas vezes para um acerto, outras para uma compensação, ou até mesmo para eu reviver algumas lembranças sem compreender bem o motivo exato, mas que estão de volta por alguma boa razão.       

Por fim, agradeço a Deus por tudo o que passei no final de semana, cada uma dessas experiências me marcou demais, e espero não me esquecer da importância que tiveram na minha vida nesse momento, por isso é tão bom escrever para eternizar! 

Que Deus envie o consolo para a família da Giovana, e reforce a cada minuto com dose extra, eles estão precisando. Que sigamos em oração por eles, nova vigília ,se precisar, e façamos tudo oq ue estiver ao nosso alcance para eles se sentirem amparados, amados por Deus e peslos irmãos em Cristo. Esse é o nosso papel.  

Que outras Giovanas sejam também alcançadas pela graça do nosso Deus nessa hora, seu nome significa "o Senhor é gracioso", ou "fui alcançado pela graça", segundo o pai de uma delas me contou! Assim seja, amém e amém. 

A paz do Senhor seja com todos. 



















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